Num dos últimos dias de Outubro de 2017, durante uma das voltas de bicicleta que dei para ver a destruição causada pelo grande incêndio que devastou a Gândara nesse mês, encontrei algumas dezenas de Rãs (espécimes de Rã-verde ou Rã-comum (Rana perezi ou Pelophylax perezi)), concentradas numa minúscula poça de água com alguns escassos centímetros de profundidade, no fundo de um buraco, localizado na floresta, na Freguesia da Tocha e Concelho de Cantanhede. Foi um momento de alegria efémera no meio de horas de profunda tristeza, por vislumbrar alguma vida no meio daquele cenário dantesco de quilómetros e quilómetros seguidos de destruição.
Penso que os buracos como este, dos quais existem algumas dezenas na floresta, terão sido escavados pelos Serviços Florestais nos anos 90, para os animais selvagens que deambulam pela floresta poderem beber água.
Não deixa de ser curiosa e trágica a situação destas Rãs. Elas conseguiram sobreviver mesmo no meio do terrível incêndio, que destruiu quase todas as árvores existentes num raio de alguns quilómetros em redor do pequeno charco delas. Contudo, elas arriscam-se a morrer devido à seca extrema que atinge o país, se esta minúscula poça de água secar por completo.
Conseguirão elas sobreviver?
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