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quinta-feira, 8 de abril de 2021

O Moinho do Piroto:

O Moinho do Piroto, propriedade do senhor Dário Acúrcio, está situado na localidade de Lomba do Poço Frio, na Freguesia do Bom Sucesso e Concelho da Figueira da Foz. 

É um moinho de vento tradicional gandarez, embora de construção relativamente recente, com menos de uma década de vida. Contudo, para o construir, foram utilizadas algumas peças bastante antigas e originais, sobreviventes de um antigo moinho que existiu há perto de um século nas proximidades da Lagoa da Vela, a algumas centenas de metros deste local. O nome do actual moinho é uma homenagem ao antigo moleiro do velho moinho desaparecido, que era conhecido na região precisamente pela alcunha de "Piroto". Pode ler um texto com a história resumida deste moinho na última das fotos que aqui publico.

Estas fotos foram tiradas em Abril de 2016, durante o Dia Nacional dos Moinhos Abertos desse ano (um evento anual coordenado pela Rede Portuguesa de Moinhos (clicar)),  durante uma volta de bicicleta em que também visitei o Moinho do Casal Novo (clicar). Deixo também aqui um vídeo que fiz há uns anos sobre este tipo de moinhos.


The "Moinho do Piroto" is a traditional windmill from this region (click to read more in english about these windmills here, here or watch this video). This windmill was built in 2014, but with a few remaining pieces from an old windmill from a century ago, whose ancient miller was known by the nickname of "Piroto".

These photos were taken in April of 2016.




















Localização / Location:

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Praia da Costinha:

A Praia da Costinha é uma praia deserta, localizada na Freguesia do Bom Sucesso, no Concelho da Figueira da Foz. Apesar de o caminho de acesso e a praia propriamente dita estarem localizados na Freguesia do Bom Sucesso, a parte da área envolvente situada a aproximadamente meio quilómetro a Sul (englobando parte do areal da praia, das dunas e da floresta), já pertence à Freguesia de Quiaios, também no mesmo Concelho da Figueira da Foz. 

Esta praia está rodeada por vários quilómetros de costa deserta e floresta, não existindo nenhuma casa habitada num raio de uns cinco quilómetros. A praia situa-se a aproximadamente 7-8 Km a Sul da Praia da Tocha e a cerca de 5-6 Km a Norte da Praia da Quiaios, estando assim quase no meio de uma extensa faixa costeira de praias desertas contínuas. 

Em tempos existiu aí um único edifício habitado, um pequeno posto da Guarda Fiscal, que foi abandonado nos anos 70 e demolido em finais dos anos 90, por razões que eu desconheço. Por vezes pernoitavam lá alguns aventureiros de passagem, que costumavam deixar algumas inscrições nas paredes, para recordar a sua passagem.

Esta praia deserta é acessível de automóvel, através de uma estrada florestal alcatroada e de um caminho de acesso de terra batida com cerca de três quilómetros de comprimento, mas ambos encontram-se em mau estado de conservação e cheios de buracos. Recomendo por isso muita prudência e velocidades reduzidas aos automobilistas que aqui se queiram deslocar.

Sendo um local remoto e de difícil acesso, bem como pouco conhecido fora desta região, esta praia nunca é frequentada por grandes multidões, mesmo no Verão. Mas durante todo o ano lá vão aparecendo alguns poucos turistas ocasionais, alguns aventureiros, vários pescadores desportivos à cana, e, sobretudo no Verão, alguns banhistas, naturistas / nudistas e turistas estrangeiros em auto-caravanas, não existindo mais do que umas poucas dezenas de pessoas na praia, mesmo nos dias mais frequentados. Também já lá estive algumas vezes em que pude verificar que eu era a única pessoa que lá estava.

Deixo aqui algumas fotos da Praia da Costinha, tiradas em Julho de 2013 e Maio de 2010, ambas as vezes durante passeios de BTT.


The "Praia da Costinha":

Praia da Costinha is a desert beach, located in the Civil Parish of Bom Sucesso and in the Municipality of Figueira da Foz. The area located approximately half quilometer south of the beach, belongs to the Civil Parish of Quiaos, in the same Municipality.

This is a true desert beach, surrounded only by forest, dunes and many quilometers of desert coast, without any inhabited building in a radius of five quilometers. The beach is located some 7-8 quilometers south of Tocha Beach and some 5-6 quilometers north of Quiaios Beach. A few decades ago, this beach had only one inhabited building, a small station / house of Guarda Fiscal (Fiscal Guard), unused since the 70s and demolished in the end 90s.

This beach is accessible by car, driving in the nearby forest road and turning to a gravel road, which gives access to the beach. But both roads are in bad condition, full of holes, so i advise to drive slowly and very carefully.

Being a remote place,  without an easy access, and little known outside the region, this beach is not visited by many people. I usually see a few adventurers, fishermen and, in the Summer, a few naturists / nudists and a few foreign tourists in recreational vehicles (RVs). It's possible to be the only person in this lonely beach, it already happened to me a few times.

I present a few photos of Praia da Costinha, taken in July of 2013 and May of 2010, both times during mountain bike rides.

Julho de 2013 / July of 2013:














Maio de 2010 / May of 2010: 












Localização / Location:


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Um Esquilo-vermelho:

Durante a longa caminhada que fiz em Abril de 2016 (já referida nos dois artigos anteriores), andei por aquela que será provavelmente a área mais deserta da região em termos humanos, onde não existe uma única casa habitada num raio de vários quilómetros e onde é possível andar várias horas seguidas a caminhar sem ver outra pessoa.

E ao percorrer um caminho florestal de areia solta, numa zona localizada aproximadamente a uns 5 quilómetros a Sul da Praia da Tocha e a uns 500 metros a Este do mar, apanhei um pequeno susto. Um bicho desconhecido que se encontrava no chão da floresta, a uns dois metros de mim, sem que eu o tivesse visto, de repente começou a correr, fazendo barulho nos arbustos e folhas secas do solo. Inicialmente, durante umas fracções de segundo, pensei que fosse um coelho ou lebre, mas para minha surpresa o tal animal trepou por um pinheiro acima.

Aí compreendi que se tratava de um esquilo, mas continuei admirado, porque pensava que não existiam esquilos na Gândara. E este foi o primeiro que vi ao vivo na minha vida. Tirei algumas fotos que aqui publico, de baixíssima qualidade, pois apenas trazia comigo uma máquina fotográfica antiga e quase sem zoom.

À noite, já em casa, fui pesquisar um pouco sobre este animal. Concluí que se tratava de um Esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris), uma espécie que estará de regresso a Portugal (e à Gândara), após séculos de ausência.

O Esquilo-vermelho foi outrora uma espécie bastante comum em Portugal, mas desapareceu completamente do nosso país por volta do século XVI. Uma das causas apontadas para esse desaparecimento foi a nossa Epopeia dos Descobrimentos, em que muitas florestas foram deitadas abaixo para obter madeiras para a construção naval das Caravelas, Naus, Galeões ou Carracas com que os nossos antepassados percorreram os mares do globo, privando assim a espécie dos seus habitats.

Contudo, por volta dos anos 80-90 do século XX, o Esquilo-vermelho começou a repovoar o Norte de Portugal, deslocando-se a partir da vizinha região da Galiza, em Espanha. Desde então tem avançado lentamente para Sul, estando actualmente identificado na zona do rio Tejo. Esta espécie terá assim chegado à Gândara há poucos anos.

Esta espécie está a ser estudada por uma bióloga, que mantém uma página no Facebook dedicada ao Esquilo-vermelho em Portugal, onde o leitor poderá comunicar as suas observações deste animal (tal como eu fiz), obter mais informações ou ver algumas fotos e vídeos de belo efeito:

Para quem quiser saber mais, poderá consultar estes links:

A Red Squirrel:

As i said before, in the last two posts, i made a long hike in April of 2016, in the coastal forest and also in the desert beaches of this region. This is the most isolated area of this region, without a single inhabited house in a radius of several kilometers. In this area, it is possible to walk a few hours without seeing other human being.

During this hike, i was walking in a sandy trail when something scared me during a second. For my surprise, some animal who was near me (but unseen by me), started to run. First i thought is was a rabbit. But the animal climbed to a pinetree.

Then i realized it was a squirrel. This was the first squirrel i saw in the nature. I took a few bad pictures, as i only had with me an old camera,  without zoom.

At night, at home, i searched the web about this animal. It was a red squirrel (Sciurus vulgaris). This animal was very common in Portugal a few centuries ago, but became extinct during the XVI th century. One of the reasons appointed to this extinction was the Portuguese Age of Discoveries, when most forests in the country were cut to get wood for naval construction.

But, during the last two or three decades, the red squirrel started to slowly recolonise Portugal, traveling north to south, from the region of Galicia, in Spain. This species must have arrived to this region only a few years ago. And this was the first time i saw one, to my surprise!





Localização / Location:

sábado, 30 de julho de 2016

Pote de Plástico de Pesca ao Polvo:




De todo o lixo flutuante que o Oceano Atlântico costuma depositar nas praias da Gândara, este tipo de objectos deverá ser um dos mais numerosos, a par das garrafas ou das bóias. Existem seguramente muitos milhares destes objectos ao longo dos cerca de 35 a 40 km da costa gandaresa. E poderiam já ser dezenas de milhares, se não fossem as limpezas periódicas que costumam ser feitas nas praias.

Trata-se de um pote de plástico para pesca ao polvo. Neste tipo de pesca, estes potes, com um peso num dos seus lados, para afundarem (peso geralmente de cimento, que já não existe neste pote, o que lhe permitiu flutuar), são presos a cordas e colocados em grupos no fundo do mar durante algumas horas, em águas costeiras pouco profundas. Estes potes substituíram nas últimas décadas os tradicionais potes cerâmicos de argila que foram usados na pesca ao polvo durante séculos.

Este tipo de pesca só é possível devido ao comportamento invulgar do polvo, que acaba por ser a sua perdição. Ele entra num nestes potes, que escolhe como nova casa temporária, tal como o faz em buracos nas rochas e outros objectos submersos com orifícios. Quando estes potes são recolhidos pelos pescadores nos seus barcos, puxando as cordas que os prendem, o polvo, em vez de fugir do pote ao sentir este a movimentar-se, ainda se recolhe mais para o fundo do buraco, onde se agarra com toda a sua força.

De onde vêm estes potes de plástico? É difícil saber, se não tiverem indicação do fabricante. Tanto podem ter vindo de outro ponto da Costa Portuguesa, como das Rias da Galiza, como até da costa atlântica do Norte de África ou mesmo das Caraíbas. As correntes marítimas no Atlântico Norte seguem um padrão aproximadamente circular, (o leitor pode pesquisar na internet por "North Atlantic Gyre"). Estas correntes marítimas podem concentrar o lixo flutuante no meio do oceano (pesquisar por "North Atlantic Garbage Patch"), mas também o podem depositar nas praias, sobretudo durante as tempestades de Inverno.

As fotos que publico foram tiradas uns 4 km a Sul da Praia da Tocha, numa caminhada que dei em Abril de 2016, já referida no post anterior.

Para quem se safar com o Inglês, deixo umas sugestões de leitura:

Plastic Pot for Octopus Fishing:

Of all the floating debris that the Atlantic Ocean throws in the 35 to 40 kilometers of the coast of Gândara, this type of objects is one of the most numerous, with bottles (of plastic or glass) and buoys from fishing nets. There are many thousands of these objects, but without the periodical beach cleanings, they could be tens of thousands.

This is a plastic pot for octupus fishing, one of the thousands i saw over the years. Where it come from? Without manufacturer marks in the object, it is almost impossible to know. Perhaps it came from other place of the portuguese coast, perhaps from Galicia (in Spain), perhaps from the Atlantic Coast of North Africa, perhaps from the Caribbean Islands...? The oceanic currents of the North Atlantic have a circle pattern (you can search for "North Atlantic Gyre"), and, perhaps, some sea winter storm have made this object to escape from the "North Atlantic Garbage Patch"?

These photos were taken in a deserted beach,  some four kilometers south of Praia da Tocha (Tocha Beach), in April of 2016, during the same hike that i mentioned in the last post.

Suggested readings:

terça-feira, 5 de abril de 2016

US Coast Guard!





Hoje deixo aqui um apontamento curioso sobre um grande objecto de plástico (possivelmente parte de uma bóia), que outrora terá pertencido à Guarda Costeira dos Estados Unidos da América, mas que as correntes marítimas circulares do Atlântico Norte depositaram numa praia deserta da Gândara.

As fotos que aqui publico foram tiradas no último Sábado (em Abril de 2016), durante uma longa caminhada, numa zona de costa deserta situada aproximadamente a uns 5 km a Sul da Praia da Tocha, mas cuja área pertence à Freguesia do Bom Sucesso e ao Concelho da Figueira da Foz. Na última foto, tirada em direcção  ao Sul, é possível avistar ao longe os contornos da Serra da Boa Viagem e do Cabo Mondego.

US Coast Guard!

Today i present a few curious photos, about an odd big object, made in plastic (perhaps a part of a buoy), who once belonged to the United States Coast Guard. This object was deposited, by the sea and ocean currents, in a desert beach of Gândara, in Portugal.

The photos were taken in an area of desert beach, located some 5 kilometers south of Praia da Tocha ("Tocha Beach", a.k.a. "Palheiros da Tocha"), in the first Saturday of April of 2016, during a long walk. However, this area belongs to the Civil Parish of Bom Sucesso and Municipality of Figueira da Foz.


Localização / Location:

domingo, 5 de outubro de 2014

Sinalização Artesanal nos Morros:

No regresso de uma caminhada que fiz em Fevereiro de 2013, encontrei (e fotografei) esta placa de fabrico caseiro num cruzamento situado nos Morros, aldeia localizada na Freguesia do Bom Sucesso e Concelho da Figueira da Foz.
Quem a fez? Não sei!
Talvez tenha sido feita por algum habitante local de boa vontade, possivelmente cansado de prestar informações a turistas perdidos ou confusos, para colmatar a insuficiência ou inexistência da sinalização pública?

Homemade road sign in Morros:

During the return trip from a hike i made in February of 2013, i saw this homemade road sign in a crossroad, located in the village of Morros (in the Civil Parish of Bom Sucesso and Municipality of Figueira da Foz).

Who made the sign? I really don't know!
Perhaps it was made by a local inhabitant of good will, perhaps tired of giving informations to lost tourists, in a place where the official signs were missing?


Localização / Location: