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sábado, 3 de abril de 2021

O Prof. José Hermano Saraiva por terras de Cantanhede, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho:

O saudoso Prof. José Hermano Saraiva (clicar para mais informações), conhecido historiador e sobretudo um grande comunicador, faleceu há quase uma década. Ficou conhecido do grande público devido aos programas televisivos que gravou para a RTP, onde divulgou a História de Portugal numa linguagem simples, frontal, apelativa e emotiva, bastante acessível ao grande público, mesmo aquele menos letrado.

Alguns dos seus programas televisivos de História foram gravados nesta região. Destaco um episódio do programa Horizontes da Memória de 2000, gravado no Concelho de Cantanhede, episódio esse bastante abrangente, que percorreu localidades como Cantanhede, Praia da Tocha, Febres ou Ançã, onde foram explicadas as particularidades distintas das duas sub-regiões naturais da Gândara e Bairrada (ver o primeiro vídeo).

Existem também vários programas gravados na Figueira da Foz e em Montemor-o-Velho. São programas menos abrangentes, com temáticas mais circunscritas às áreas urbanas das localidades da Figueira da Foz ou Montemor-o-Velho em si e menos aos restantes territórios dos seus concelhos (e portanto sem referências à parte gandaresa dos respectivos municípios), mas também os coloco aqui pelo seu interesse histórico.


History documentaries (for television) recorded by Professor José Hermano Saraiva, in the municipalities of Cantanhede,  Figueira da Foz and Montemor-o-Velho:

Professor José Hermano Saraiva (click here for more informations), was a portuguese historian and, above all, a great televison comunicator. He is very known in Portugal for his television documentaries about many aspects of History of Portugal, recorded in a language very simple, emotional and easy to understand.

Today i present here some of his History programs, mainly about Local History, recorded in the Municipalities of Cantanhede, Figueira da Foz and Montemor-o-Velho. They are spoken in Portuguese, but it is possible to use the Youtube menus to have reading subtitles in English.


Cantanhede:




Figueira da Foz:





Montemor-o-Velho:


sexta-feira, 2 de abril de 2021

Orientação e aproveitamento desportivo do que sobrou da floresta:

Depois do grande incêndio de 15 e 16 de Outubro de 2017, pouco restou da grande floresta costeira que outrora existiu no litoral da Gândara. Ficaram apenas duas pequenas áreas triangulares de floresta nos seus cantos Sudoeste e Noroeste, devidas sobretudo à direção dos ventos nesses dois dias fatídicos (ver primeira imagem).

Essas duas pequenas áreas triangulares de floresta foram utilizadas como cenário do "Portugal "O" Meeting 2019" (clicar para aceder ao site do evento), um evento internacional desportivo de Orientação, de vários dias, que se realizou em Março de 2019, sediado na Figueira da Foz.

Apesar de o evento estar sediado no Concelho da Figueira da Foz e com a maioria das provas realizadas na área florestal próxima de Quiaios, deu um pequeno saltinho de uma manhã até ao Concelho de Cantanhede e Freguesia da Tocha, com uma das provas do evento realizada na pequena área florestal sobrevivente nas imediações da Praia do Palheirão.

Optei por referir este acontecimento pelo facto curioso e insólito de ele ter atraído alguns milhares de pessoas (incluindo muitas centenas de atletas estrangeiros e seus familiares, sobretudo originários de países da Escandinávia e Europa Central ou de Leste) para um canto da Gândara que normalmente permanece deserto e desolado do ponto de vista humano, com exceção dos poucos veraneantes, turistas, curiosos, escuteiros, pescadores ou nudistas que se aventuram até à Praia Deserta do Palheirão, situada nas proximidades, sobretudo no Verão ou final da Primavera.

Esta presença de uma multidão de forasteiros e estrangeiros na Gândara, para mais num cantinho remoto da sub-região, também contrasta fortemente com o contexto da actual pandemia global de COVID-19, que veio alterar radicalmente a vida quotidiana das sociedades humanas.

Deixo então algumas fotos do evento, tiradas em Março de 2019, durante uma volta matinal de bicicleta:














Localização:

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Botas velhas para novos ninhos:

Hoje deixo aqui mais umas fotos interessantes e invulgares, de um reaproveitamento de botas velhas (cujo destino normal seria o lixo), para servirem de abrigo para a construção de novos ninhos de pássaros. Nas proximidades, existe um outro abrigo para ninhos de pássaros, este construído com vasos com buracos.
Estes abrigos para pássaros encontram-se no beiral de uma residência particular, situada algures na zona sul da Freguesia da Tocha, num local bastante calmo. (Neste post também decidi não revelar a localização exacta desta casa.) 
As fotos foram tiradas em Dezembro de 2019, durante uma volta de bicicleta matinal.
A título de curiosidade, deixo aqui os links para dois outros posts sobre locais invulgares para ninhos de pássaros, ambos em tempos publicados neste blog:
Old boots for new nests:
Today i publish two photos about the reuse of old boots, to make shelters for bird nests. In the second photograph, there are also a few shelters for nests of another type, made of plastic pots with holes. 
These shelters are under the roof of an house, located somewhere in the south area of the civil parish of Tocha, in the municipality of Cantanhede. The photos were taken in December of 2019.
The two links above, in the end of the portuguese text, are about two other past posts of this blog, with photos of unusual bird nests.




quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Toneladas e toneladas de madeira do quem em tempos foi uma floresta:


Há precisamente dois anos, nos dias 15 e 16 de Outubro de 2017, um gigantesco incêndio arrasou grande parte da Gândara, sobretudo a metade litoral e oeste desta sub-região. Iniciou-se na Freguesia de Quiaios (no Concelho da Figueira da Foz), avançando rapidamente e descontroladamente para Norte, só tendo parado já no Concelho de Aveiro.

A consequência obviamente mais visível desta catástrofe foi a destruição da imensa paisagem florestal da Gândara, quer nas matas nacionais, quer em inúmeras plantações de árvores privadas, embora também tenha causado avultados prejuízos em infraestruturas industriais, casas de habitação, veículos e explorações agrícolas e/ou pecuárias. Felizmente, neste canto do país, não houve perda de vidas humanas a lamentar. Outros recantos do Portugal esquecido e ostracizado tiveram menos sorte... 

Este incêndio foi um dos principais ocorridos no terrível ano de 2017, o pior de sempre em Portugal (pelo menos desde que há registos estatísticos), com mais de meio-milhão de hectares de área ardida e a perda de mais de uma centena de vidas humanas. Devastação esta que arrasou sobretudo a Zona Centro do país.

A partir das duas imagens seguintes, que aconselho os leitores a ampliar e visualizar em outra janela do browser, dá para ter uma ideia precisa da área destruída na Gândara no grande incêndio de 15-16 de Outubro de 2017, bem como da área ardida na Região Centro no ano de 2017, esse terrível ano de péssimas memórias, que todos esperamos que nunca mais se repita:




Para recordar esta triste efeméride, (e também para tentar ressuscitar este blog, que anda há quase dois anos voltado ao abandono, por minha culpa), deixo aqui algumas fotos, tiradas em Agosto de 2019 (durante uma volta de bicicleta), de um local de armazenamento temporário de muitas toneladas de madeira queimada (possivelmente um valor na casa das milhares de toneladas), provenientes de milhares de antigos pinheiros que em tempos fizeram parte da grande floresta costeira da Gândara, que os nossos antepassados criaram com tanto trabalho e despesa nas décadas de 20 e 30 do século XX, onde antes havia um deserto de dunas arenosas.

Esta madeira queimada encontra-se temporariamente armazenada no antigo e abandonado Campo de Futebol das Levadias, que foi durante aproximadamente três décadas a casa da União Desportiva da Tocha, até esta agremiação desportiva transferir as suas actividades para o Complexo Desportivo da Tocha, situado nas proximidades.

Neste local de antigas memórias desportivas, esta imensa quantidade acumulada de madeira queimada, testemunho silencioso do que em tempos foi uma floresta, aguarda o seu transporte para outras zonas do país, onde será feito o seu aproveitamento industrial.


Quando houver na Gândara uma nova floresta de árvores crescidas digna desse nome, se ela voltar a existir, possivelmente tal demorará tanto tempo que já cá não estarei e pouco restará dos meus ossos, muito menos dos meus olhos para a poder observar ou dos meus pés para a poder calcorrear novamente. Triste realidade...












Localização:

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Era Uma Vez o Homem Que Prometia Pegas (Aves)...

A pega é uma ave bastante comum em Portugal, conhecida por Pega-rabuda ou Pega-rabilonga (Pica pica) (clicar). Em tempos antigos, havia na Gândara o hábito de obter pegas para as conservar em gaiolas como aves domésticas. São aves inteligentes que também conseguem imitar alguns sons humanos ou do ambiente que as rodeia. Entenda-se assim que a pega era uma espécie de "papagaio dos pobres", uma ave de companhia acessível a pessoas de baixa condição económica.

Mas continuemos...
 
O Ti Manel do Forno faleceu há poucos anos, já em idade avançada, octogenário, mas quase nonagenário. Manuel de nome próprio, ganhou o apelido popular "do Forno" por ter sido proprietário de um forno de cal que laborou durante algumas décadas a Norte da aldeia da Caniceira (na Freguesia da Tocha e Concelho de Cantanhede), onde este homem viveu a sua vida. 

Alguns dos edifícios de apoio desse forno de cal ainda existem, próximos da Estrada Nacional 109 (a Norte da Caniceira), embora o velho forno propriamente dito já não exista, pois foi demolido há uns anos. Estando em desuso e sem manutenção há muito tempo, o forno encontrava-se em risco de ruir e, estando num local facilmente acessível, eram muitos os curiosos que tinham o hábito de entrar lá dentro, logo existia uma possível situação trágica à espera de acontecer, enquadrando-se assim a demolição no velho ditado português de que vale mais prevenir do que remediar.


Pouco há a dizer do Ti Manel do Forno em particular, foi mais um homem simples e modesto, com as suas virtudes e os seus defeitos, mais um dos muitos milhões de seres humanos que passaram por este mundo de forma praticamente anónima (sem terem conseguido garantir a imortalidade do seu nome e do seu legado, uma vez que não se destacaram em vida em áreas como a política, as ciências, as artes ou a economia). Foi mais um dos muitos milhões de seres humanos que apenas deixaram descendência para a posteridade e algumas recordações naqueles que privaram com ele.

E esses terão certamente na memória a brincadeira carinhosa que o Ti Manel do Forno costumava fazer com as pessoas que ia conhecendo, sobretudo a crianças e jovens (mais crédulos, ingénuos e receptivos), mas também a adultos e idosos. Depois de uma curta conversa de circunstância, ganha a confiança e a empatia do interlocutor, o Ti Manel costumava perguntar às pessoas se queriam uma pega. Tão boas eram as referências que fazia à ave, que a resposta do interlocutor à oferta era invariavelmente positiva. E ficava a promessa da entrega da pega num futuro indefinido.

Quando uma dessas pessoas voltava a encontrar de novo o Ti Manel, era comum a conversa da pega vir à baila, sempre num clima de boa disposição:
- Então ó Ti Manel, e a minha pega, quando é que ma dá?
O rol de justificações do Ti Manel era invariavelmente:
- Não me esqueci da tua pega, mas este foi um ano mau para elas, em que elas mal criaram, não consegui descobrir nenhum ninho delas...
Ou:
- Tens de esperar mais uns meses, ter paciência, que ainda não está na altura de elas criarem...

Como o leitor já deve ter percebido, essa pega nunca era entregue, nem consta que alguma tenha sido alguma vez entregue.
Mas fica a boa memória do homem e da sua brincadeira carinhosa, que praticou durante décadas com muitas das pessoas que ia conhecendo. Devem existir umas boas centenas de gandareses, desde jovens a idosos, a quem o Ti Manel do Forno terá um dia prometido oferecer uma pega.

Eu fui um deles e conheço alguns outros. E o leitor, foi uma dessas pessoas? Se foi, poderá utilizar a caixa dos comentários para contar a sua história pessoal da pega prometida que esperou em vão.



Localização da aldeia da Caniceira:


Localização do antigo forno de cal do Ti Manel do Forno:

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Elas Sobreviveram ao Incêndio! Mas Sobreviverão à Seca?


Num dos últimos dias de Outubro de 2017, durante uma das voltas de bicicleta que dei para ver a destruição causada pelo grande incêndio que devastou a Gândara nesse mês, encontrei algumas dezenas de Rãs (espécimes de Rã-verde ou Rã-comum (Rana perezi ou Pelophylax perezi)), concentradas numa minúscula poça de água com alguns escassos centímetros de profundidade, no fundo de um buraco, localizado na floresta, na Freguesia da Tocha e Concelho de Cantanhede. Foi um momento de alegria efémera no meio de horas de profunda tristeza, por vislumbrar alguma vida no meio daquele cenário dantesco de quilómetros e quilómetros seguidos de destruição.
Penso que os buracos como este, dos quais existem algumas dezenas na floresta, terão sido escavados pelos Serviços Florestais nos anos 90, para os animais selvagens que deambulam pela floresta poderem beber água.

Não deixa de ser curiosa e trágica a situação destas Rãs. Elas conseguiram sobreviver mesmo no meio do terrível incêndio, que destruiu quase todas as árvores existentes num raio de alguns quilómetros em redor do pequeno charco delas. Contudo, elas arriscam-se a morrer devido à seca extrema que atinge o país, se esta minúscula poça de água secar por completo.
Conseguirão elas sobreviver?










Localização:


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Insecto Bioluminescente no Quintal - II:



Há uns anos tinha publicado neste blog um post com algumas fotos de um insecto bioluminescente (insectos popularmente conhecidos por pirilampos ou vaga-lumes), que tinha encontrado no quintal: (Insecto Bioluminescente no Quintal! (Clicar)).
Estando eu a vasculhar o meu arquivo fotográfico pessoal, descobri mais umas fotos interessantes de um insecto deste tipo, que tinha tirado em Agosto de 2013, também no meu quintal, situado na Tocha (no Concelho de Cantanhede). Na altura tive o cuidado de tirar fotos com e sem flash, sendo que as fotos sem flash representam a forma como estes insectos se apresentam ao olho humano, destacando-se na escuridão.
Pelas minhas pesquisas pela internet, penso que se trate de uma fêmea de Lampyris Iberica, uma das várias espécies de pirilampos existentes em Portugal, insectos que se tornam bem visíveis na escuridão, por via da luz fosforescente que emitem. Nos dias secos do fim da Primavera e do Verão, quando ando pela minha horta ao anoitecer, é raro o dia em que não veja pelo menos um destes animais, havendo até dias afortunados em que consigo avistar 3 ou 4.
Não deixa de ser curioso que no post de 2009 eu tenha dito que só tinha visto estes insectos umas 3 ou 4 vezes na vida, enquanto agora chego a ver 3 ou 4 deles em algumas noites. Será que eles passaram a ser mais numerosos nesta zona? Será que eles sempre aqui andaram em números constantes e foi preciso eu começar a frequentar o meu quintal ao anoitecer (para tratar da horta), para eu começar a reparar neles? A resposta deverá estar numa destas explicações, talvez mesmo em ambas.

Existe um interessante blog de um investigador português deste tipo de insectos, https://pirilampos-lightalive.blogspot.pt/ (clicar para entrar),  onde poderá saber mais sobre as espécies de pirilampos existentes em Portugal, bem como ajudar à investigação científica, comunicando informações acerca dos insectos luminescentes que observar pelo país.

I found one bioluminescent insect in my backyard - II:

A few years ago, i published here some photos, of a bioluminescent insect (click to read the post). These photos were taken in my backyard in 2009, at night.

After searching my personal archive, i found a few more interesting night photos of this type of insects, taken in August of 2013, again in my backyard. I think this specimen is a female of Lampyris Iberica. In the photos without flash, it's possible to see how these insects are seen by the human eye, in the darkness.










Actualização - 23/07/2017:
Acrescentei mais algumas fotos nocturnas destes insectos, tiradas esta semana no meu quintal, na Quarta-feira e no Sábado. Na Quarta-Feira, enquanto eu fotografava estes pirilampos, também andava um Ouriço-cacheiro nas proximidades (ver última foto).
Se por um lado estes insectos são exibicionistas nocturnos, facilmente visíveis na escuridão da noite pela luz que emitem (de dia passam praticamente despercebidos), reparei que também não gostam da presença humana demasiado próxima, pois quando a sentem tendem a mudar de posição e a apagar a luz.

Update - 23/07/2017:
I added a few more night photos of these insects, taken with and without flash. These photos were taken this week in my backyard, in wednesday and saturday. In wednesday, there was also an hedgehog nearby (see last photo).