Mostrar mensagens com a etiqueta Objectos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Objectos. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Botas velhas para novos ninhos:

Hoje deixo aqui mais umas fotos interessantes e invulgares, de um reaproveitamento de botas velhas (cujo destino normal seria o lixo), para servirem de abrigo para a construção de novos ninhos de pássaros. Nas proximidades, existe um outro abrigo para ninhos de pássaros, este construído com vasos com buracos.
Estes abrigos para pássaros encontram-se no beiral de uma residência particular, situada algures na zona sul da Freguesia da Tocha, num local bastante calmo. (Neste post também decidi não revelar a localização exacta desta casa.) 
As fotos foram tiradas em Dezembro de 2019, durante uma volta de bicicleta matinal.
A título de curiosidade, deixo aqui os links para dois outros posts sobre locais invulgares para ninhos de pássaros, ambos em tempos publicados neste blog:
Old boots for new nests:
Today i publish two photos about the reuse of old boots, to make shelters for bird nests. In the second photograph, there are also a few shelters for nests of another type, made of plastic pots with holes. 
These shelters are under the roof of an house, located somewhere in the south area of the civil parish of Tocha, in the municipality of Cantanhede. The photos were taken in December of 2019.
The two links above, in the end of the portuguese text, are about two other past posts of this blog, with photos of unusual bird nests.




terça-feira, 21 de março de 2017

Ninho num Velho Selim de Bicicleta:

Hoje coloco aqui, a título de curiosidade, algumas fotos de um ninho, feito por um pássaro ou um casal de pássaros, cuja espécie eu desconheço (não o(s) vi e, mesmo que o(s) tivesse visto, não sou bom a identificar aves), num velho selim (banco) de bicicleta. O ninho foi construído com palha, erva e lama. As fotos foram tiradas em Maio de 2016, na Tocha, Vila e Sede de Freguesia localizada no Concelho de Cantanhede.

Bird Nest in an Old Bicycle Saddle:

Today i present a few photos of a bird nest (i don't know the species of the bird or couple of birds who made it), built in an old bicycle saddle, using straw, grass and mud as raw materials. The photos were taken in May of 2016, in the Town of Tocha.

An odd place to build a nest, indeed!





segunda-feira, 13 de março de 2017

Os Pistoleiros da Gândara ou uma Reflexão Sobre o Tiro aos Sinais de Trânsito:


Apesar de a (ainda relativamente) pacífica Gândara não ser propriamente o Texas do Velho Oeste Americano, apesar de alguns vândalos desconhecidos assim a considerarem (clicar para ler o artigo), circulam por aqui alguns pistoleiros anónimos que vão deixando marcas visíveis e duradouras da sua passagem, em contraste com os sons efémeros dos seus disparos, que por vezes são audíveis, mesmo fora da época de caça.

E algumas dessas marcas mais visíveis e duradouras são deixadas nos sinais de trânsito da região, esburacados por balas de pistola ou chumbos de caçadeira, num cenário que nos faz lembrar as imagens televisivas que nos chegam de alguns países devastados por guerras. Já vi demasiadas  situações destas ao longo dos anos, nas minhas voltas pela Gândara.

Deixo aqui algumas imagens meramente ilustrativas que tinha no meu arquivo pessoal, tiradas em 2010, 2013 e 2017, algures nas Freguesias da Tocha (no Concelho de Cantanhede) e da Ferreira-a-Nova (no Concelho da Figueira da Foz), cujas etiquetas de localização nem sequer irei colocar depois do artigo.

Confesso que o facto de os STOPs serem um alvo muito utilizado me deixa particularmente preocupado, sobretudo nos casos em que esses sinais estão colocados em cruzamentos e entroncamentos com estradas com grande circulação, em que existe o risco real de quem aí circula (passando mesmo atrás desses sinais), poder ser vítima de uma bala ou chumbada perdida. Até já vi alguns sinais de trânsito com marcas de tiros em cruzamentos e entroncamentos com a EN-109, uma estrada nacional que tem muito movimento, mesmo após a entrada em funcionamento da autoestrada A-17, que está quase às moscas. De facto é uma situação de risco muito preocupante, existe efectivamente o perigo real de uma destas sessões de tiro ao alvo poder acabar em tragédia.

Coloco duas questões, a que os leitores poderão responder nos comentários:
- Qual será o fascínio que os sinais de trânsito exercem nos amigos do gatilho? O que os leva a sentirem-se tão atraídos por eles, ao ponto de preterirem outros possíveis alvos?
- Custa muito a quem tem as suas pistolas e caçadeiras, sejam elas legais ou ilegais, ir praticar o seu tiro ao alvo para locais mais seguros e discretos? Por exemplo, pegar numas latas e ir para um local isolado na floresta ou num pinhal, de preferência com uma duna ou colina atrás dos alvos, para absorver os projécteis dos disparos?








sábado, 30 de julho de 2016

Pote de Plástico de Pesca ao Polvo:




De todo o lixo flutuante que o Oceano Atlântico costuma depositar nas praias da Gândara, este tipo de objectos deverá ser um dos mais numerosos, a par das garrafas ou das bóias. Existem seguramente muitos milhares destes objectos ao longo dos cerca de 35 a 40 km da costa gandaresa. E poderiam já ser dezenas de milhares, se não fossem as limpezas periódicas que costumam ser feitas nas praias.

Trata-se de um pote de plástico para pesca ao polvo. Neste tipo de pesca, estes potes, com um peso num dos seus lados, para afundarem (peso geralmente de cimento, que já não existe neste pote, o que lhe permitiu flutuar), são presos a cordas e colocados em grupos no fundo do mar durante algumas horas, em águas costeiras pouco profundas. Estes potes substituíram nas últimas décadas os tradicionais potes cerâmicos de argila que foram usados na pesca ao polvo durante séculos.

Este tipo de pesca só é possível devido ao comportamento invulgar do polvo, que acaba por ser a sua perdição. Ele entra num nestes potes, que escolhe como nova casa temporária, tal como o faz em buracos nas rochas e outros objectos submersos com orifícios. Quando estes potes são recolhidos pelos pescadores nos seus barcos, puxando as cordas que os prendem, o polvo, em vez de fugir do pote ao sentir este a movimentar-se, ainda se recolhe mais para o fundo do buraco, onde se agarra com toda a sua força.

De onde vêm estes potes de plástico? É difícil saber, se não tiverem indicação do fabricante. Tanto podem ter vindo de outro ponto da Costa Portuguesa, como das Rias da Galiza, como até da costa atlântica do Norte de África ou mesmo das Caraíbas. As correntes marítimas no Atlântico Norte seguem um padrão aproximadamente circular, (o leitor pode pesquisar na internet por "North Atlantic Gyre"). Estas correntes marítimas podem concentrar o lixo flutuante no meio do oceano (pesquisar por "North Atlantic Garbage Patch"), mas também o podem depositar nas praias, sobretudo durante as tempestades de Inverno.

As fotos que publico foram tiradas uns 4 km a Sul da Praia da Tocha, numa caminhada que dei em Abril de 2016, já referida no post anterior.

Para quem se safar com o Inglês, deixo umas sugestões de leitura:

Plastic Pot for Octopus Fishing:

Of all the floating debris that the Atlantic Ocean throws in the 35 to 40 kilometers of the coast of Gândara, this type of objects is one of the most numerous, with bottles (of plastic or glass) and buoys from fishing nets. There are many thousands of these objects, but without the periodical beach cleanings, they could be tens of thousands.

This is a plastic pot for octupus fishing, one of the thousands i saw over the years. Where it come from? Without manufacturer marks in the object, it is almost impossible to know. Perhaps it came from other place of the portuguese coast, perhaps from Galicia (in Spain), perhaps from the Atlantic Coast of North Africa, perhaps from the Caribbean Islands...? The oceanic currents of the North Atlantic have a circle pattern (you can search for "North Atlantic Gyre"), and, perhaps, some sea winter storm have made this object to escape from the "North Atlantic Garbage Patch"?

These photos were taken in a deserted beach,  some four kilometers south of Praia da Tocha (Tocha Beach), in April of 2016, during the same hike that i mentioned in the last post.

Suggested readings:

terça-feira, 5 de abril de 2016

US Coast Guard!





Hoje deixo aqui um apontamento curioso sobre um grande objecto de plástico (possivelmente parte de uma bóia), que outrora terá pertencido à Guarda Costeira dos Estados Unidos da América, mas que as correntes marítimas circulares do Atlântico Norte depositaram numa praia deserta da Gândara.

As fotos que aqui publico foram tiradas no último Sábado (em Abril de 2016), durante uma longa caminhada, numa zona de costa deserta situada aproximadamente a uns 5 km a Sul da Praia da Tocha, mas cuja área pertence à Freguesia do Bom Sucesso e ao Concelho da Figueira da Foz. Na última foto, tirada em direcção  ao Sul, é possível avistar ao longe os contornos da Serra da Boa Viagem e do Cabo Mondego.

US Coast Guard!

Today i present a few curious photos, about an odd big object, made in plastic (perhaps a part of a buoy), who once belonged to the United States Coast Guard. This object was deposited, by the sea and ocean currents, in a desert beach of Gândara, in Portugal.

The photos were taken in an area of desert beach, located some 5 kilometers south of Praia da Tocha ("Tocha Beach", a.k.a. "Palheiros da Tocha"), in the first Saturday of April of 2016, during a long walk. However, this area belongs to the Civil Parish of Bom Sucesso and Municipality of Figueira da Foz.


Localização / Location:

sábado, 12 de setembro de 2015

Os Caniceiros defensores do Pinhal do Povo:

A aldeia da Caniceira é a localidade mais populosa da Freguesia da Tocha (no Concelho de Cantanhede), com aproximadamente 600-700 habitantes. Nesta localidade existe um monumento invulgar, situado ao lado da Estrada Nacional 109, que passa pelo meio da localidade, numa das suas rectas com vários quilómetros de extensão (uma característica própria desta via, que a torna conhecida no país). Apresento algumas fotos do local, tiradas em Dezembro de 2012, durante uma volta de bicicleta.

O monumento, intitulado "Aos Caniceiros, defensores do pinhal do povo", obra do escultor José Plácido, inclui quatro blocos de pedra encimados por bustos de figuras humanas, cada qual tendo consigo uma ferramenta de trabalho típica da Gândara antiga, nomeadamente uma forquilha, uma enxada, um machado e... um búzio. 

Um búzio! Um búzio é uma ferramenta?
Sim! Muitos habitantes da Caniceira dedicavam-se à Arte Xávega na Praia da Tocha. Esta "arte" é um tipo de pesca de arrasto costeira tradicional, que ainda sobrevive em algumas localidades marítimas de Portugal, incluindo a Praia da Tocha (ou Palheiros da Tocha) e a Praia de Mira (ou Palheiros de Mira). Neste tipo de pesca, o búzio era tradicionalmente tocado muitas vezes (produzindo um som parecido ao de uma trompa), para chamar os pescadores para a faina, para anunciar à população a ida ao mar, sendo igualmente muito útil nos dias de nevoeiro cerrado (com visibilidade quase nula), para orientar os barcos no mar a partir do seu som tocado na praia.

(É a história na génese deste monumento que vou tentar contar a seguir. Devo advertir o leitor que baseio o meu relato no que ouvi ao longo dos anos de pessoas idosas, uma vez que não conheço fontes escritas. Se algum leitor ou habitante local tiver uma versão mais fidedigna dos factos, esteja à vontade para usar a caixa de comentários para acrescentar o que julgar necessário.)

A actual floresta costeira da Gândara tem menos de um século. Antes, era formada por dunas arenosas, com vegetação escassa e onde as árvores eram raras. Durante séculos, as populações locais habituaram-se a utilizar essa zona para seu usufruto (como terrenos baldios de uso comum, o denominado Pinhal do Povo). 

Contudo, tudo se alterou nas décadas de 20 e 30 do século XX, quando o Estado Português empreendeu a florestação desta zona, para proteger os campos agrícolas e até algumas localidades da Gândara, ameaçados de serem lentamente soterrados pelo avanço das dunas de areia. Diz-se que a actual Vila de Quiaios esteve em risco de ser despovoada e abandonada, tal era a gravidade deste problema!

Contudo, após ter sido feita a florestação, o Estado pretendia ficar com a propriedade e gestão da zona da recém criada floresta, retirando às populações locais o usufruto e os direitos adquiridos que tiveram durante muito tempo. Obviamente, esta atitude autoritária do Estado causou um profundo descontentamento nas pessoas, que contudo acabaram por aceitar o facto consumado em todas as aldeias da freguesia.

Em todas, não, porque a Caniceira foi uma excepção! Numa data que desconheço, nesse período de 1920-1940, a população local resolveu armar-se com as suas ferramentas (os tais machados, forquilhas e enxadas representados no monumento), arriscando as suas vidas para enfrentarem os representantes do Estado e as forças da Guarda Nacional Republicana que os escoltavam, em defesa dos seus antigos direitos. Terão acontecido alguns confrontos violentos, com vários feridos, mas felizmente sem mortos a lamentar!

Graças à atitude da população da Caniceira, representada neste monumento, o Estado voltou atrás na sua atitude e cedeu alguns direitos às populações locais, nomeadamente a venda a cada agregado familiar de um grande terreno por um valor acessível (as Glebas florestais, cada uma com a área aproximada de um hectare), bem como a gestão da área florestal pública por uma "Assembleia dos Compartes".

A população da Caniceira era conhecida no passado pelo seu carácter peculiar, moldado por alguns séculos de vida dura e pobre num ambiente natural agreste, num isolamento que só foi quebrado pela construção da Estrada Nacional 109, em meados do século XX. (Recomendo dar uma vista de olhos nas imagens de satélite, para ajudar à compreensão do texto.) 
Nesses tempos antigos, a aldeia e seus habitantes eram denominados na região (sobretudo pelos habitantes de outras localidades rivais) pelos termos pejorativos de "Turquia" e "Turcos", "os tais que viviam isolados e quase não se davam com ninguém", que alegadamente recorriam com maior frequência à violência para resolver desavenças dentro e fora da aldeia, que afastavam os visitantes indesejados (incluindo os pretendentes externos à mão das moças casadoiras locais)! 
(Bem, este último comportamento na verdade era comum a muitas das aldeias da região! Há um século atrás, um jovem que fosse cortejar uma moça casadoira a outra aldeia rival, sobretudo nos bailes tradicionais, arriscava-se a uma "espera" (termo do calão tradicional que designa uma espécie de emboscada) e consequente enxerto de porrada, dado pelos jovens locais! Claro que existiam algumas excepções nos casamentos, mas o número de casais com esposos originários de locais diferentes era bastante menor do que na actualidade.)

Para melhor compreender este carácter singular dos antigos habitantes da Caniceira, recomendo a leitura do texto "A Justiça do Cacete Caniceiro", no Blog do Manel (clicar para aceder). Garanto que gosto mesmo deste texto, não faço a recomendação para bajular o seu autor!


The defenders of the people's pinewood:

The village of Caniceira is the most populous place of the (Civil) Parish of Tocha (in the Municipality of Cantanhede), with around 600-700 inhabitants. In this village, on the side of national road 109, there is an unusual monument, dedicated to "aos Caniceiros, defensores do pinhal do povo" (can be translated "to the inhabitants of Caniceira, defenders of the people's pinewood").
This monument was made by the portuguese sculptor Mr. José Plácido. I present a few pictures, taken in December of 2012, during a bike ride.

This monument is dedicated to the people of Caniceira, the only village in the (Civil) Parish where the population defended their rights to the "people's pinewood" (one big area of "common land"), around 1920-1940 (i don't know the exact date, because i don't know written sources about it, only heard something about it by older people), and they succeed,  with beneficts to them and to the people from other villages.


A century ago, the coastal area of the region consisted of sandy dunes, with little vegetation, only some grass and a few trees. This was the "common land", used during centuries by the inhabitants of the region.
In the decades of 1920 and 1930, the Portuguese State made an important public work of planting a coastal forest in this huge area (see the forest in the satelite images). This was done to protect the region from the advancing sandy dunes, who were threatening to bury agricultural fields and even some villages.

But after it, the Portuguese State wanted to become the only owner and manager of these lands, who were "common lands" before. The people of the area did not like this loss of rights, but they slowly accepted it as a "fait accompli". But the inhabitants of the village of Caniceira, were the only to try to defend their rights, picking their agricultural and fishing tools as weapons, and risking their lives confronting the public authorities and the national gendarmerie force.

There were scenes of violence, but  fortunately only with people injured, with no deaths to regret. After that, the State stepped back and made a few concessions, giving each family in the area the right to buy a big piece of land (the "Glebas") by an affordable price, and giving the population the right to participating in the management of all forest area, by a deliberative assembly.







Localização / Location:


domingo, 5 de outubro de 2014

Sinalização Artesanal nos Morros:

No regresso de uma caminhada que fiz em Fevereiro de 2013, encontrei (e fotografei) esta placa de fabrico caseiro num cruzamento situado nos Morros, aldeia localizada na Freguesia do Bom Sucesso e Concelho da Figueira da Foz.
Quem a fez? Não sei!
Talvez tenha sido feita por algum habitante local de boa vontade, possivelmente cansado de prestar informações a turistas perdidos ou confusos, para colmatar a insuficiência ou inexistência da sinalização pública?

Homemade road sign in Morros:

During the return trip from a hike i made in February of 2013, i saw this homemade road sign in a crossroad, located in the village of Morros (in the Civil Parish of Bom Sucesso and Municipality of Figueira da Foz).

Who made the sign? I really don't know!
Perhaps it was made by a local inhabitant of good will, perhaps tired of giving informations to lost tourists, in a place where the official signs were missing?


Localização / Location:

domingo, 30 de março de 2014

NAO HENTUHO? Uma cruz pela Lagoa da Vela?

Há alguns meses atrás, durante uma caminhada matinal que efectuei em Novembro de 2013, dei com esta cruz de madeira original, colocada por mãos anónimas em cima de um monte de entulhos agrícolas despejados na margem Sudeste da Lagoa da Vela! (Será esse local da lagoa conhecido por Canto dos Carvalhos?)  
Sim, em pleno século XXI, ainda há algumas pessoas que vão despejar entulhos agrícolas nas Lagoas da Gândara, infelizmente! E até entulhos da construção civil já vi (e fotografei)!

NAO HENTUHO?
During a morning hike in November of 2013, i saw a wooden cross, placed by anonymous hands above a pile of agricultural waste, illegally dumped in the South area of Lagoa da Vela. (This "lagoon" is the biggest fresh water lake of the region. There are lots of pictures and informations about the Lagoa da Vela, a beautiful ecosystem, in other posts of this blog.)

The words written in the cross, "NAO HENTUHO", have misspellings. Perhaps the anonymous person wanted to write "NÃO ENTULHE" ("Do not dump agricultural waste here")?






Localização / Location:

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Antigo Rolo Compressor:


Fotografia de um grande cilindro de pedra (vandalizado com um "stencil graffiti" satírico), colocado a ornamentar o centro de uma rotunda da Praia de Mira (localidade igualmente conhecida por Palheiros de Mira). Esta foto foi tirada em Agosto de 2011.
Este tipo de grandes cilindros de pedra eram usados há um século atrás na construção de estradas, como rolo compressor. Tinham um furo no centro, para encaixar um tronco de madeira ou um ferro com funções de eixo, onde era encaixada uma armação de madeira e atadas cordas, para o "rolo compressor" ser puxado por juntas de bois / vacas.

Ancient road roller:

A photo of a big stone cylinder (vandalized with one stencil graffiti), placed in the center of a roundabout in the coastal town of Mira Beach (small town also known as "Palheiros de Mira"). The photo was taken in August of 2011.

A century ago, this type of stone cylinder was used as a road roller, in road construction. It was pulled by one or more pairs of oxen / cows.

Localização / Location:

View Larger Map

sexta-feira, 8 de março de 2013

Poltrona e TV Rural:

Apresento algumas fotos curiosas, de dois objectos fora dos locais habituais onde costumam estar. Estas fotos foram tiradas em Fevereiro de 2013, durante um passeio a pé pelos arredores da Vila da Tocha. Tirei as fotos aos objectos exactamente como os vi, sem os mexer ou manipular.

Sofa and Rural TV:

Today i present a few odd photos of two objects. The objects were pictured exactly as i saw them, without touching or moving them. Photographs taken in February of 2013, during a walk in the outskirts of the town of Tocha.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Bustos Enjaulados!

Como todos infelizmente sabemos, Portugal passa por uma grave Crise Económica. Uma das causas desta crise reside numa outra grave crise que enferma a sociedade portuguesa há uns 20-30 anos, uma profunda Crise de Valores Morais, a qual por sua vez está também a ser agravada pela Crise Económica. Resumindo, passamos por uma grave Crise de Valores Morais, que é simultaneamente uma causa e uma consequência da actual Crise Económica.

Umas das áreas onde os sintomas dessas duas crises mais se manifestam é na área criminal. Apesar de Portugal ainda ser um dos países mais seguros do mundo para viver (com excepção de algumas dezenas de bairros nas grandes cidades), tem vindo a acontecer alguns fenómenos de criminalidade que eram simplesmente impensáveis há algumas décadas atrás. Crimes impensáveis, mas também novos e originais para a realidade portuguesa.

Por volta de 2010-2011, surgiu em força um novo tipo inédito de criminalidade: - o furto, quase sempre pela calada da noite, de estátuas, bustos, sinos, letreiros ou outros equipamentos públicos em bronze; roubados das praças, largos ou jardins de muitas localidades portuguesas; para serem encaminhados para o mercado negro, derretidos e refundidos em fundições clandestinas, para posteriormente o metal ser reintroduzido no mercado. Até os sinos de bronze de edifícios religiosos e diversos ornamentos fúnebres dos cemitérios estão a saque! Este é um tipo de crime que algumas fontes jornalísticas e policiais indicam como bastante lucrativo.

Esta vaga de furtos foi particularmente intensa na zona centro. A título de exemplos, foram efectuados vários furtos em localidades do Concelho da Mealhada. Em Mira foi furtado o busto em homenagem ao Visconde da Corujeira. Por sua vez em Cantanhede, foi roubado o busto do Arcebispo Dom João Crisóstomo. Igualmente no Concelho de Cantanhede, foi roubado o sino de bronze  da Capela da Varziela, um Monumento Nacional.

Basta ir a um motor de busca da Internet, pesquisar por palavras como "furto" e "bronze" (poderão adicionar igualmente o nome de um dos Concelhos dos Distritos de Coimbra ou Aveiro), e poderão ler muitas notícias sobre furtos de objectos em bronze, ocorridos em 2010-2012.

Alarmadas com esta vaga de furtos, as autoridades locais recorreram rapidamente a medidas drásticas para proteger as obras de arte sobreviventes. Em algumas localidades, vários bustos e estátuas foram removidos de locais públicos. Permaneceram os maiores, porque estão protegidos pelas suas centenas ou milhares de kg de peso, que exigem uma grande infraestrutura logística e muito tempo para a sua remoção, o que felizmente ainda está fora do alcance dos larápios comuns.

Nas localidades de Tocha e Sanguinheira (ambas sedes de Freguesias do Concelho de Cantanhede), as autoridades locais recorreram rapidamente (em finais de 2011), a uma forma drástica e original para dificultar a vida aos gatunos e proteger os bustos de bronze aí existentes, os quais foram envolvidos em fortes gaiolas de aço.

E assim surgiram os vários Bustos Enjaulados, cujas fotografias aqui publico, as quais foram tiradas em Dezembro de 2011 e Julho, Agosto e Novembro de 2012. Por respeito pelas personalidades retradas, uma das imagens de cada busto contém a face e as inscrições perfeitamente visíveis e legíveis.


Caged Bronze Busts:

As we all unfortunately know, Portugal is going through a severe Economic Crisis. However, this crisis is a consequence (but also a cause), of an other deep crisis, who has been eroding the portuguese society during the last two or three decades: - a Moral Values Crisis!

One of the areas where the symptoms of these two crisis are more visible, is the criminal area. Although Portugal still be one of the safest countries in the world to live, with low crime rates (with the exception of some neighborhoods around and inside major cities), there are emerging new criminal behaviours,  who were simply unthinkable a few decades ago.

By 2010-2011, a new wave of crime started in Portugal (mainly in the Center Region): - the theft of statues, busts, bells and other bronze objects, stolen at night from public places like squares and gardens. Even bells from some churchs and chapels were stolen (including from buildings who are National Monuments). The stolen bronze objects are conducted to the black market, melted in clandestine foundries and reintroduced into the market.

In the end of 2011, several bronze busts were stolen in the nearby region, in only a few days, including in Mira and Cantanhede. Very concerned about this, some local authorities quickly resorted to drastic measures to protect their statues and busts. In some towns and villages, the smallest / lightest bronze objects were removed from public places (because they were the easiest to steal and transport very quickly, unlike bigger statues, with thousands of pounds of weight).

In the town of Tocha and in the village of Sanguinheira (both places are the seats of two Civil Parishes, in the Municipality of Cantanhede), local authorities resorted quickly (in late 2011), to a dramatic and unique way to make life difficult for thieves and protect the bronze busts, which were involved in strong steel cages.

And so emerged the caged busts pictured in this post. The photos were taken in December of 2011 and July, August and November of 2012.
 
Tocha:








Sanguinheira:



domingo, 23 de setembro de 2012

Alguns poços de rega Gandareses, em Febres:

No seguimento do meu post anterior, para que o leitor melhor compreenda como funcionavam os antigos "Engenhos", utilizados no passado para extrair água nos poços de rega tradicionais da Gândara; deixo aqui algumas fotografias, tiradas algures na área da Freguesia da Febres (no Concelho de Cantanhede), em Junho de 2009 e Maio de 2010. Os poços fotografados ainda apresentavam "Engenhos" quase completos, apesar dos estragos causados pela exposição aos elementos hostis da natureza, durante décadas de inactividade.

(Repetição de partes do texto do post anterior:)
Este tipo de poços é tradicional desta região. Eles eram usados ​​no passado para extrair água do solo, para irrigar os campos agrícolas circundantes. A água era extraída usando um "Engenho" (espécie de Nora aperfeiçoada), uma grande máquina de ferro, que utilizava a força motriz de animais, como vacas ou burros, os quais andavam em círculos em redor do poço. A força motriz dos animais era transmitida ao “Engenho”, no seu topo central, através de um poste de madeira, preso aos animais por cangas, colares e cordas. A água era extraída por uma corrente com vários baldes metálicos ("os alcatruzes").
Hoje em dia, alguns destes poços de água ainda são utilizados ​​para irrigar os campos agrícolas circundantes. Contudo, os "Engenhos" deixaram de ser usados há já várias décadas. Eles foram substituídos por modernas bombas de extracção de água, movidas por motores eléctricos ou motores de combustão interna.

Some traditional water wells, near Febres:

Following my previous post, and to give to the reader a better understanding of the way the old "Engenhos" worked; i present here some pictures, taken somewhere in the area of the Civil Parish of Febres (in the Municipality of Cantanhede), in June of 2009 and May of 2010.  The "Engenhos" pictured are almost complete, with few parts missing, despite the damage caused by exposure to hostile elements of nature, during decades of inactivity.

(Repetition of some parts of the text from the earlier post:)
This type of wells are traditional from my Region, and were used in the past to extract water from the ground, to irrigate the surrounding agricultural fields. The water was extracted using an "Engenho" (a kind of improved Noria), an iron machine, who used the strenght of animals, like cows or donkeys, walking in circles around the water well, with a wooden pole, yokes (or horse collars) and ropes; who connected the animals to the top of the "Engenho". Water was extracted with a chain with metallic buckets, who dived in the water.
Nowdays, some of these water wells are still used to irrigate agricultural fields, but the "Engenhos" aren't used anymore. They were replaced a few decades ago, by modern water pumps, with electric engines or internal combustion engines.