quarta-feira, 23 de março de 2016

Raízes Aéreas na Lagoa das Braças:

Raízes Aéreas? Sim, elas existem! Várias espécies de árvores que vivem em zonas húmidas, que costumam estar frequentemente alagadas, desenvolveram diversos tipos de raízes aéreas, que crescem acima do nível do solo. Estas raízes têm finalidades diversas, como extrair ar da atmosfera para as raízes subterrâneas (funções respiratórias) ou ajudar a fixar as árvores nos solos pouco consistentes próprios das zonas húmidas.
Hoje apresento aqui algumas fotos tiradas em Fevereiro de 2013, nas matas localizadas no canto Noroeste da Lagoa das Braças (durante uma caminhada matinal), de algumas raízes aéreas dos Ciprestes aí existentes, dos quais eu desconheço o nome científico exacto da sua espécie. Este tipo de raízes aéreas são conhecidos por "Joelhos de Cipreste" ("Cypress Knees").
A Lagoa das Braças (também conhecida por Lagoa das Três Braças ou Lagoa dos Três Braços), é uma lagoa de água doce de origem natural, situada na Freguesia de Quiaios e Concelho da Figueira da Foz. Ocupa uma área aproximada de 20-25 hectares, encontrando-se rodeada por florestas em quase toda a volta, com excepção da sua parte Este, onde existem vários terrenos agrícolas.

Aerial Roots in Lagoa das Braças:

Aerial Roots are tree roots who grow above ground level. They are commom in species of trees from wetlands. Today i present a few pictures of Aerial Roots from Cypresses (in don't know the name of this species of cypress), who are known as "Cypress Knees".

These pictures were taken in the woods of the Northwest corner of Lagoa das Braças, in February of 2013, during a morning hike. The "Lagoa das Braças" (also known as "Lagoa das Três Braças" or "Lagoa dos Três Braços"), is a freshwater lake of natural origin, located in the Civil Parish of Quiaios and the Municipality of Figueira da Foz. This lake has an approximate area of 20-25 hectares (about 49 to 62 acres). It's surrounded by forests almost everywhere, except on the East side, where there are agricultural lands.











Localização / Location:

quarta-feira, 9 de março de 2016

Ainda há Palheiros na Gândara!

Até há cerca de 20 a 30 anos atrás, os Palheiros faziam parte integrante da paisagem da Gândara. Existiam dezenas de milhares deles espalhados pela região. Quase todos os agregados familiares que se dedicavam à agricultura tradicional tinham vários palheiros nos seus terrenos.
Os Palheiros eram construções tradicionais que serviam para armazenar plantas forrageiras usadas nas alimentação do gado doméstico, sobretudo gado bovino (bois e vacas), ou caprino (cabras), ovino (ovelhas) e asinino (burros), em menor escala. Entre os vários tipos de plantas forrageiras que eram armazenadas nos Palheiros, incluem-se fenos, pastos e a palha do milho. Os Palheiros da Gândara coexistiam com um outro tipo de construção tradicional usada para guardar plantas forrageiras, a "Cabana", de que falarei mais adiante, em outro artigo.

(Não confundir estes "Palheiros" com outro tipo de "Palheiros", pequenas habitações tradicionais de madeira que existiam no passado na Praia da Tocha (ou Palheiros da Tocha), na Praia de Mira (ou Palheiros de Mira) e outras pequenas localidades costeiras da Região Centro, com pequenas diferenças locais na sua construção.)
 
A construção de um palheiro iniciava-se com a colocação de um comprido tronco de madeira (geralmente de pinheiro ou eucalipto), profundamente cravado no solo na vertical, que lhe dava estabilidade e resistência. Depois a palha ia sendo colocada em volta desse tronco, de forma circular, normalmente por uma equipa de duas pessoas (geralmente um casal de agricultores). Uma pessoa ficava no solo a carregar a palha com uma comprida forquilha de madeira (na maior parte das vezes o homem). Essa palha era entregue à pessoa que ficava em cima do palheiro (geralmente a mulher), que a ia colocando no sítio.
Assim o Palheiro ia crescendo lentamente na vertical, podendo atingir 4, 5, 6 ou 7 metros de altura. Acabada a construção do palheiro, a pessoa em cima tinha de descer por uma escada. Depois, durante os meses seguintes, a palha ia sendo retirada lentamente por baixo, à medida que ia sendo necessária para a alimentação do gado, até o palheiro desaparecer por completo e ser substituído por outro.
Devo confessar que passei uma parte da minha infância a brincar nos palheiros dos meus avós (assim como assisti à sua construção), dos quais tenho boas recordações.
Durante as últimas duas a três décadas, os Palheiros foram desaparecendo da Gândara. A Agricultura tradicional declinou e a moderna Agro-Pecuária usa preferencialmente silagens e fardos de palha para conservar as plantas forrageiras usadas na alimentação do gado.
Ainda vão existindo alguns Palheiros pela Gândara, mas já são uma raridade. Daí a minha surpresa em ter encontrado um grupo de palheiros perto de uma casa dos Pelicanos (aldeia localizada na Freguesia de Arazede e no Concelho de Montemor-o-Velho), durante uma volta de bicicleta realizada em Outubro de 2015, dos quais deixo aqui duas fotografias.

There are still "Palheiros" (haystacks) in Gândara:

The "Palheiros" (portuguese word for "haystacks") are traditional constructions, who were very commom in the region of Gândara in the past. The "Palheiros" were used to store several types of hays, used as fodder to feed livestock, mostly cows, but also sheep, goats or donkeys.
There was another traditional type of construction, also used to store hay, but more complex, the "Cabana" (can be translated to "hut"). I will talk about it in other article.

(The word "Palheiro" is also used to designate one type of traditional wooden houses, small in size, who were very commom in the past in Praia da Tocha (Tocha Beach, also known as Palheiros da Tocha) and Praia de Mira (Mira Beach, also known as Palheiros de Mira), that almost disappeared nowadays. Do not confuse the two types of "Palheiros".)


There was another traditional type of construction, also used to store hay, but more complex, the "Cabana" (can be translated to "hut"). I will talk about it in other article.

As i said before, the Palheiros were very commom in the Region, 30 years ago. There were tens of thousands of Palheiros. Almost all people who used to work in the traditional agriculture, had a few palheiros in their lands.

But during the last decades, they disappeared in the region, for several reasons. The traditional economy, based in secular forms of agriculture, colapsed with the economical evolution of the country. In the modern agriculture, livestock animals  are feed with silage or hay bales. So, the traditional palheiros lost their place in local economy.

They almost disappeared in the region, but they are not extint. I present two photos of a group of small "Palheiros" (in the past, they could be bigger, 4 to 7 meters tall). The photos were taken in October of 2015 (during a bike ride), in the village of Pelicanos (means "Pelicans"), located in the Civil Parish of Arazede and in the Municipality of Montemor-o-Velho.


I spent many hours of my childhood playing in the Palheiros of my grandparents!



Localização / Location:

sábado, 5 de março de 2016

Arte Xávega IV-a) - A Arte Xávega no Presente - Praia da Tocha

Apresento um conjunto de fotos tiradas na Praia da Tocha (localidade também conhecida por Palheiros da Tocha), numa manhã de Julho de 2012, que retratam como funciona a Arte Xávega nos dias de hoje. Neste caso particular retratam a faina da "Companha" de pescadores do barco "Pouca Sorte", uma embarcação bastante veterana, com já algumas décadas de pesca na Praia da Tocha. Não sei referir quando este barco foi construído, mas já o conheço em actividade há quase 30 anos.
Não fui suficientemente madrugador para chegar a tempo de fotografar a entrada do barco no mar, mas no fim coloco aqui alguns vídeos, retirados do Youtube, que mostram esse processo.
Today i present a set of photographs taken in "Praia da Tocha" ("Tocha Beach", coastal village also known as Palheiros da Tocha), during an early morning of July of 2012. The photos show the group of fishermen of the (veteran) fishing boat "Pouca Sorte" (means literally "little luck", but must be translated in the meaning of "misfortune", "lack of luck" or "bad luck"). I don't know the story behind the name of this boat, but as i said before, it's a veteran boat, with nearly 30 years of fishing in her wooden hull. This traditional type of fishing is kown as Arte Xávega.

I did not arrived in time to photograph the boat entering the sea, but in the end there are a few videos, taken from the Youtube, where the reader can see this process.













































Alguns vídeos (retirados do Youtube):
A few videos (taken from the Youtube):



Localização / Location: